segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

O rei Josias



- Josias que estás a fazer? – pergunta a mana ao passar pelo quarto do pequenote.
- Estou a brincar aos Reis – exclamou o Josias com um ar muito importante.
- Pois, estou a ver! – disse a mana muito divertida. – Até tens uma coroa.
- E uma capa. – acrescentou, dando uma voltinha para que ela a pudesse ver.
- Então és um rei. E como se chama o rei? - perguntou a mana que parecia querer entrar na brincadeira.
- Ora, chama-se Josias. Tem o meu nome, porque sou eu que sou o rei. – respondeu como se fosse algo óbvio.
- HmmJosias dizes tu? Sabes que existiu um rei com o teu nome? – perguntou a mana enquanto se dirigia a prateleira dos livros do Josias.
- Existiu mesmo, mana? Um rei a sério? – perguntou ele cheio de curiosidade.
- Sim, existiu há muitos, muitos anos. Onde está a Bíblia com imagens que a mãe te deu? – perguntou ainda remexendo por entre os livros.
- Está aqui mana, na minha mesa de cabeceira. – disse o pequenote apontando para a mesinha que ficava ao lado da cama. – eu gosto que a mamã me leia antes de dormir.
- Passa-ma cá, se faz favor. – pediu a irmã.
O Josias pegou no livro e dirigiu-se à irmã, sentando-se no colo dela.
- Deixa-me cá ver onde está. – disse ela enquanto desfolhava o livro, procurando pela história. – Encontrei-a! – exclamou mostrando ao pequeno as ilustrações.
- Mas mana, esse não é um rei, é só um menino! – afirmou o Josias muito certo daquilo que estava a dizer.
- Mas é mesmo este. É que este menino que se chamava Josias como tu, tornou-se rei quando tinha oito aninhos.


Quando o rei Josias tinha 26 anos, enviou o escriba Safã ao templo, para que ele dissesse a Hilquias, o sumo sacerdote, para ele usar o dinheiro que tinha sido trazido á casa do Senhor para concertar o templo que estava em más condições devido ás muitas guerras.

Um dia Hilquias entregou a Safã o Livro da Lei que tinha encontrado no Templo, para que ele pudesse ler. Safã, imediatamente o levou ao rei Josias e leu para ele.
- Mana, o que era o Livro da Lei? - perguntou o Josias que ouvia a história com muita atenção.
- O Livro da Lei era um livro que tinha sido escrito por Moisés com instruções de Deus de como se devia viver e o que se devia e não devia fazer.
- Então era um livro muito importante! - comentou muito acertadamente.
- Sim... Um livro muito, muito importante. - concordou a mana. - Quando o rei Josias ouviu o que estava escrito nele, rasgou as roupas para mostrar que estava muito triste e preocupado.
- Porque é que ele ficou triste? Eu ficava contente se encontrasse um livro tão importante. - O Josias parecia confuso.
- Ficou triste porque, ao ler o que nele estava escrito, descobriu que ele e o povo não estavam a fazer o que Deus tinha ordenado e sabia que Deus estava zangado.
- Mas mana, ele não sabia.
- Agora já sabia! E o que se deve fazer quando se aprende que se estava a proceder de forma errada?
- Deve-se pedir desculpa e não fazer outra vez. Não é mana?
- Muito bem!
- E o que é que ele fez?
-Mandou seus homens irem consultar o Senhor sobre as palavras do livro e sobre o seu problema. E assim Safã, Hilquias e mais três homens foram consultar a profetisa Hulda.
- O que é uma profetiza?
- Profetiza era uma mulher a quem as pessoas recorriam quando queriam saber a opinião de Deus sobre um assunto. As pessoas falavam com ela e ela falava com Deus e depois dava-lhes a resposta de Deus. - Explicou ela com paciência. - E Hulda deu-lhes a resposta de Deus dizendo: “ Assim diz o Senhor: trarei males sobre este lugar e sobre seus moradores, porque eles se esqueceram de mim.”
- Ohhh! - exclamou o Josias.
- Mas Deus também deu uma mensagem especial para Josias, por ele se ter preocupado com a situação, ao saber que estava a proceder mal. Disse-lhe que ele não iria ferir o povo enquanto ele fosse vivo. - fez uma pausa para virar a pagina. - Então Josias reuniu todo o povo e juntos foram ao Templo. No Templo o rei leu o Livro da Lei para que todos soubessem o que estava escrito e prometeu a Deus que obedeceria ás palavras do livro e que seguiria a Deus de todo o coração.
- E ele fez o que prometeu? – perguntou o Josias.
- Sim. Depois da promessa que ele fez a Deus ele destruiu todos os altares que o povo tinha feito para adorar outros deuses, deuses que na verdade não existem. E ensinou o povo de que só deviam adorar ao verdadeiro Deus. E a promessa que Deus lhe fez, Deus a cumpriu, porque Deus cumpre as suas promessas. Enquanto o rei Josias viveu, Deus não enviou males ao povo.
- Ser rei é muito difícil.- comentou o Josias muito serio. - Têm que se fazer coisas acertadas. - A mana concordou. - Eu gostava de ser um rei como o rei Josias. Ele foi um bom rei porque fez o que Deus mandou e por isso o povo viveu bem enquanto ele reinou, não foi mana? – perguntou o Josias com o peito cheio de ar.
- Sim meu amor, a Bíblia diz que como ele, não houve outro igual. – a estas palavras da mana, o Josias já pouco prestou atenção. Tinha pegado na Bíblia ilustrada e começado a dizer para os seus peluches:
- Temos que fazer o que Deus manda, para que não fique triste connosco.


Escrito por Magna Santos

domingo, 2 de dezembro de 2007

O Josias fez uma grande asneira e agora a mana está zangada 3


PARTE III


Agora o Josias sentia-se mais aliviado. A mana não ia ralhar com ele porque não sabia o que ele tinha feito. Mas o seu alivio pouco tempo durou.


- JOSIAS!! - ouviu-a chamar novamente e novamente parecia zangada. Começou a sentir dores de barriga e a ficar nervoso. Mas desta vez não se escondeu. Decidiu que era melhor contar-lhe o que tinha feito antes que ela começasse a ralhar. Foi ter com ela.


A mana estava ao pé da cómoda dele a olhar para a gaveta toda desarrumada. Ia começar a pedir-lhe satisfações sobre toda aquela desarrumação quando ele começou a dizer aos tropeções.


- Desculpa maninha! Sem querer parti o teu perfume favorito.


- O quê??? - Perguntou surpresa. - Por isso é que cheiras tanto a perfume. E já agora, podes-me também explicar o que andaste a fazer à gaveta. - Afinal a mana não tinha ainda descoberto sobre o perfume partido. Ia ralhar com ele por ele ter deixado a gaveta naquele estado. O Josias é que não conseguia esquecer a asneira que tinha feito e por isso lhe doía tanto a barriga. E agora a mana já sabia. O Josias começou novamente a chorar.


- Oh mana, desculpa, foi sem querer! - dizia o Josias com a carinha cheia de lágrimas.


- Se foi sem querer, porque não me disseste logo??? Se calhar porque sabias que tinhas feito algo que já sabias que não devias fazer! Não foi? - Perguntou a mana mais triste que zangada. Ela gostava mesmo daquele perfume. - Quando os crescidos te dizem para não fazeres uma coisa, dizem porque sabem que se o fizeres podes meter-te em sarilhos! - Continuou ao mesmo tempo que lhe assoava novamente o nariz.


O Josias também contou a mana porque é que a gaveta estava desarrumada e como tinha apanhado os cacos do frasco de perfume.


A mana desculpou o Josias, e ele prometeu-lhe que não voltava a ir mexer nas coisas dela, mas o Josias tinha desobedecido e por isso a mana estava triste. Não só a mana estava triste, mas também o Josias se sentia triste, porque a culpa fora dele.


Tudo o que nós fazemos trás consequências. Quando fazemos coisas boas, as consequências são também boas, mas quando fazemos coisas erradas, as consequências não são muito agradáveis e fazem-nos ficar triste, de coração apertado.


Disso Deus nos alerta através da Bíblia. Gálatas 6:7a9 diz que toda a gente colhe aquilo que semeia. Deixa-nos também um conselho: “ E assim, sempre que tenhamos oportunidade, pratiquemos o bem para com todos. “


Por isso, se sabemos que não devemos fazer uma coisa, não a vamos fazer.


Escrito por Magna Santos
a 1 de Dezembro de 2007



sábado, 1 de dezembro de 2007

O Josias fez uma grande asneira e agora a mana está zangada 2



PARTE II

- OH JOSIAS, ONDE É QUE TU ESTÁS? - agora a mana parecia aflita. Abriu a porta da rua e foi procura-lo no pequeno jardim das dianteiras, “será que ele saiu para a rua?”, questionava-se.

Como não o viu, voltou para dentro.
Procurou em cada cantinho e de repente começou a sentir um cheiro forte a perfume. Com curiosidade seguiu o cheiro e deparou-se com o pequenino que se encolhia todo atrás do sofá de canto da sala.

- Não me voltes a fazer isto... estava assustada. - começou a mana a descompo-lo. - Até pensei que tivesses saído para a rua sozinho! Não sabia de ti! - O Josias começou a chorar.... - Porque é k te escondeste? -perguntou a mana?? Isso não se faz! - então o Josias começou a contar aos soluços.

- Porque... porque... porque eu tinha medo que ralhasses comigo.

- Porque é que eu havia de ralhar contigo?? Fizeste alguma asneira? - perguntou confusa com os soluços da criança.

- Não! - respondeu. Se a mana não sabia, não lhe ia contar, se não ela ia ficar ainda mais zangada.

- Se não fizeste nenhuma asneira não há razão para tanto choro. - Com o alivio de o ter encontrado já nem reparava no cheiro a perfume. - desculpa se te assustei, mas estava mesmo ralada. Não te voltes a esconder assim. Se quiseres brincar as escondidas, avisa primeiro.

O Josias limpou as lágrimas e a mana assoou-lhe o narizinho.
Vá, vai lá brincar. - disse ela.
(continua)

O Josias fez uma grande asneira e agora a mana está zangada


- JOSIAS!!!!!!!!!! - chamou a mana em voz muito alta!



O Josias até se encolheu todo. Tinha feito uma grande asneira e agora tinha medo que a mana ficasse zangada. Tinha mexido nas coisas da mana sem autorização e sem querer tinha deixado o perfume preferido da mana cair ao chão. E ele partira-se.



A mana andava a procura dele, de um lado para o outro. Xiii parecia estar muito zangada, o k fez o Josias se encolher ainda mais no seu esconderijo.
Depois do perfume se partir tinha limpo o liquido do chão com uma camisola k tirou da gaveta e tinha varrido os cacos. Como é que a mana sabia?


- JOSIAS, ONDE ESTAS?? - chamou a mana outra vez!


xiii... a mana está mesmo zangada! “ É melhor eu nem respirar!”, pensou o pequeno. E estava a resultar, a mana não estava a conseguir encontra-lo.

domingo, 28 de outubro de 2007

“Quero dormir.” Resmunga o leão. IV


Parte IV:



O leão contou à coelhinha e a coelhinha, como prometido, não se riu, apesar de ser algo engraçado de se ouvir. Porém para o leão não tinha graça nenhuma, e como a coelhinha tinha de vez em quando boas ideias, depressa se lembrou de algo que podia ser a solução.
O segredo do leão, por ele tão bem guardado e que agora com a coelhinha partilhado, trata-se de um problema comum a muitas criancinhas. Acontece nas noites que chove muito, as vezes, sem querer, molhar a caminha.





A coelhinha descansou o leão, dizendo-lhe:
- Não te preocupes, esta noite dormirás descansado.





Não sei como ela de tal coisa se lembrou, mas a ideia as mil maravilhas resultou.
Com duas bolinhas de algodão, tapou as orelhas do leão, impedindo-o de ouvir a chuva. Nem chuva nem algazarra, nem mesmo o ressonar da girafa o voltaram a incomodar, pois todos os dias já na cama, a coelhinha os ouvidos lhe ia tapar.






A coisa pegou moda, digo vos, todos os demais animais aderiram ao algodão. Não para deixar de ouvir a chuva, mas a girafa evitar, que nas suas muita resmunguice, já começava a enjoar.


Magna Santos

“Quero dormir.” Resmunga o leão. III


Parte III:

A coelhinha tomou então uma decisão. “Tenho um bocadinho de medo, mas vou falar com o leão.”
Então, nessa tarde, quando todos estavam ocupados a brincar ou a tagarelar, a coelhinha aproximou-se daquele que era o tema central da conversa da bicharada.
Pode ver nos seus olhos como estava cansado e triste. Mais triste que mal humorado.
- Oh leão... diz-me lá o que contigo se está a passar. - pediu carinhosamente a coelhinha, falando tão baixinho que o leão teve que se aproximar para a ouvir. A coelhinha com medo, deu um salto para traz e o seu coraçãozinho começou a bater tão depressa que até o leão o podia ver bater.
- Também tens medo de mim? - perguntou ele cada vez mais entristecido.
- Um bocadinho – disse a coelhinha com sinceridade – mas não é por mal!
- Eu sei. - respondeu suspirando. - Eu sei que tenho andado mal humorado, mas não o consigo evitar.



A coelhinha comovida com a solidão do leão, perdeu o medo, aproximou-se e afagando-lhe o focinho, afirmou:
- Eu sei que não tens conseguido dormir. Se me contares porque, talvez eu te consiga ajudar.
- Não te posso contar – afirmou o leão.
- Porquê?
- Porque tenho vergonha. Tenho medo que te rias de mim e não quero que os outros animais saiba, iam fazer piadas e anedotas a meu respeito.
- Vá, conta lá. Eu não me riu, prometo!
- Só se prometeres também não contar a ninguém. - pediu o leão, já decidido a confiar na doce coelhinha.
- Prometo!


Magna Santos

“Quero dormir.” Resmunga o leão. II




Parte II:

Na manhã seguinte, ao pequeno almoço fazia-se uma grande algazarra. Para o leão que não tinha pregado olho, era demasiado barulho, por isso resmungou:
- Não se pode comer em paz?
O rugido zangado, da boca do leão pronunciado, assustou a bicharada, que num segundo ficou silenciosa e calada.


A cada dia que passava, o leão mais zangado e impaciente se mostrava, o que preocupou toda a população. Não sei se vocês gostavam de estar perto de um leão enervado, eu sei que preferia não estar. Da minha opinião eram todos os demais bichinhos que navegavam naquela arca, e por isso numa das muitas vezes em que o leão se afastou para ir à casa de banho, fizeram o mais depressa possível, uma reunião. Era discutido o que fazer para mudar a situação que a muitos amedrontava.
- Temos que em primeiro lugar descobrir o que o está a deixar tão alterado.- Afirmou a zebra.
- Nem parece o mesmo animal com que brinquei as adivinhas! -comentou a coelhinha.
- Se houvesse casas de banho privadas, tenho a certeza que como eu, ele se sentiria muito melhor. - Comentou a girafa, como se todos os problemas tivesse a ver com as casas de banho.
- A verdade é que qualquer coisa o está a importunar. - Apressou-se a leoa a interromper a girafa que na sua opinião só dizia disparates. - Mas ele não me diz o que é. - Contou tristemente.
- Bem... falemos do que sabemos. O leão tem problemas com o sono. - Continuou o sapo.
- Toda a gente sabe que falta de sono deixa qualquer animal mal humorado. - Afirmou o mocho todo emproado.
- Então temos que descobrir porque não dorme o leão... - começou a ratinha.
- E assim se resolverá este problemão.- concluiu o rato.


E assim, um plano foi estruturado. Quando o leão voltou, a reunião já tinha terminado. De nada ele suspeitou, pois todos conversavam novamente como se conversar e tagarelar sobre tudo e sobre nada, fosse tudo o que lhes passava na mente.


A noite chegou, mais uma vez, igual a todos os dias, quando o sol se vai deitar e é a lua que vai trabalhar, tecendo sonhos e muita curiosidade naqueles que a fitam sem maldade. Desta vez, porém, não chegou tão depressa como o desejado, pois os bichinhos ansiosos de fazer o planeado, divertiam-se pouco e pensavam demasiado.
Quando chegou a hora de lavar os dentes, todos se esforçaram por agir com normalidade, no entanto uma certa agitação começava a pairar no ar. Só a girafa, nisso não via grande dificuldade. Até parecia que ao contrario do que dizia, a hora da espera nas filas para a casa de banho, era a sua hora preferida do dia, pois tinha um estranho prazer em resmungar. E nunca ninguém a ouvia mais entusiasmada que quando se queixava das casas de banho.
- No outro dia, - começou ela. - estava tão aflita para ir a casa de banho que entrei desvairada na casa de banho. Só quando lá estava me dei conta de que tinha entrado numa autentica pocilga. Até pensei que deveria de comentar com a menina javali, que realmente, lama faz mito bem à pele, mas que devia ter consideração pelas restantes meninas que as casas de banho irão usar. Havia lama espalhada por toda a parte.


Quando já todos estavam a dormir , todos não... que o mocho e o morcego estavam de guarda a observar se o que impedia o leão de dormir, eram os mosquitos a incomodar.
Em vão ficaram em pé toda a noite, pois não era essa a razão porque não conseguia dormir o leão.
Na noite seguinte, foi a vez da morcega e da mocha ficarem a vigiar, mas as pobres distraíram-se a conversar.
- Mais uma noite desperdiçada! - comentou o crocodilo.
Nas noites seguintes, o mesmo aconteceu, vigiavam o leão, que de um lado para o outro caminhava a noite toda, mas nada de novo descobriram.
Magna Santos

sábado, 27 de outubro de 2007

“Quero dormir.” Resmunga o leão.


Parte I:


Era o primeiro dia passado dentro da grande arca, construída por Noé, a chuva já caia lá fora, havia algumas horas. Os animais, depois daquele nervosismo inicial, provocado por algo que lhes novo e desconhecido, começavam a conversar amigavelmente uns com os outros.
- Já que vai ser uma viagem comprida, - Dizia o macaco. - mais vale ser em boa companhia!
Todos procuravam fazer novos amigos, todos menos o majestoso leão. Esse, encontrava-se sozinho a um canto, não por ser majestoso, mas porque se ralava cheio de preocupação.
Acho necessário explicar que a sua expressão preocupada era medonha, segundo a opinião da maioria dos tripulantes. Mas não de todos. A leoa que o conhecia bem, afirmava que ele era um animal muito simpático e divertido.


Uma coelhinha muito amorosa, teve pena dele e por isso foi-lhe perguntar:
- Queres brincar?
Os seus pensamentos foram interrompidos pela pergunta da coelhinha, e por momentos, o leão esqueceu esqueceu a preocupação, trocando-a por brincadeiras cheias de risadas e animação. O jogo que jogaram foi o das adivinhas, em tempos muito apreciado. Primeiro foi a vez da coelhinha que na sua vozinha carinhosa perguntou:
- Adivinha lá: Qual é coisa, qual é ela...
Que tens diante dos olhos, porém não a consegues ver.
Por vezes quando há vento, fraco ou forte o consegues sentir.
Por vezes é perfumado, mas se tiveres uma doninha ao lado,
vais querer fugir?
Ao que o leão respondeu entusiasmadamente, depois de algumas voltas à cabeça dar:
- É o ar, é o ar!
- Muito bem! Acertaste. Agora é a tua vez. Uma fácil, por favor, que ainda estamos a aquecer. - pediu a coelhinha que gostava muito do jogo, mas o achava difícil.


Outros animais se lhes juntaram, querendo brincar também. Riam, contavam histórias fantásticas e cantavam alto musicas na hora inventadas.
Afinal sempre a leoa tinha razão. Parece que o leão é divertido e tem bom coração.
Com tanta animação, o tempo passou depressa e depois de um belo jantar, eram horas de ir deitar. Não antes de ter os dentes escovados, claro está, que naquele navio, a grande arca, todos os animais eram asseados.
Enquanto esperavam na fila para a casa de banho, todos podiam ouvir a girafa que se achava muito fina, a resmungar:
- Sinceramente... se as minhas amigas me vissem numa vila para usar uma casa de banho publica, o que iriam pensar e dizer?! Uma arca destas dimensões, podia muito
bem ter melhores condições. Ou pelo menos ter uma casa de banho privada para os animais mais importantes, não era exigir demasiado.
Alguns animais sentiram-se insultados com esta conversa da girafa, o leão porém pensava noutros assuntos, provavelmente os mesmos que de manhã o incomodavam.
Inutilmente a leoa tentou saber o que se passava. Ao invés de ajudar o outro, as suas perguntas deixavam-no ainda mais incomodado.
“Não posso contar a leoa, ou nunca ela quererá ser minha namorada!” Pensava angustiado. Então resmungou:
- Será que o tempo lá fora não vai mudar durante toda a viagem? Já estou a ficar farto de ouvir a chuva cantar.
O cão que lhe ouviu o desabafo respondeu:
- Tenho um faro tão bom que até o tempo consegue cheirar. Chuva toda a semana, amigo. Vais ter que te aguentar.

Magna Santos

domingo, 21 de outubro de 2007

João 15:14


- Josias, vai arrumar o teu quarto! – Pediu a mãe.

- Está bem! – Respondeu o Josias. No entanto, ao passar pela sala e olhar para a televisão, distraiu-se e daí a um bocado, chamava novamente a mãe.

- Josias, já te pedi para ires arrumar o quarto.

- Já vou mãe. – Respondeu o Josias. Mas como estavam a passar uns desenhos animados tão divertidos, deixou-se ficar.

A mãe apareceu com a roupa engomada nos braços na sala, e de repente ao ver o Josias em frente da televisão, assumiu um ar zangado.

- Josias, o que é que eu te pedi para fazeres? – Perguntou mesmo zangada.

- Vou já mãe. – Respondeu o Josias aborrecido.

- Não é já, é agora. – Rematou a mãe.

- Porque? – Perguntou o Josias muito aborrecido.

- Porque eu te pedi que o fizesses.

- Deixa-me só acabar de ver estes bonecos. – Pediu ele.

- Não Josias, já viste desenhos que chegassem. Agora, se faz favor, vai arrumar o teu quarto.

Muito aborrecido o Josias foi para o seu quarto. Mas distraiu-se com um brinquedo e esqueceu-se de arrumar o quarto. Quando a mãe passou pela porta do quarto ficou muito zangada com ele.

- Josias, não te volto a dizer para arrumares o quarto. – Disse a mãe continuando o seu caminho.

O Josias não percebia o que fazia a mãe ficar tão zangada. Por isso cruzou os braços e sentou-se na cama com ar de birra.

A mãe voltou a aparecer no quarto e desta vez estava tão zangada que até levantou a voz.

- Josias!!!! Porque é que ainda não arrumaste o teu quarto?

- Porque é que estas tão zangada? – Perguntou o Josias fazendo beicinho.

- Porque já te pedi que o fizesses muitas vezes, e tu ainda nem a cama soubeste fazer.

- Porque é que eu tenho que fazer a cama? – Perguntou indignado.

- Ora porque?! Porque daqui a pouco chega a avó e o avô e vão ver o teu quarto neste estado e depois pensam que tu és um menino muito desarrumado!

- Mas porque é que estas zangada? – Perguntou novamente.

- Eu não me zangava contigo, se fizesses o que eu digo. – Explicou a mãe. – Agora sem mais conversa, quero ver esses bracinhos a por tudo no lugar.

Desta vez a mãe não arredou pé do quarto do Josias até que ele cumprisse a tarefa.

Na escola, num outro dia, o professor distribuiu umas fichas para os meninos fazerem uns exercícios. O Josias já estava cansado de os fazer, por isso virou-se para trás e começou a falar com o Tiago.

- Josias, vira-te para a frente. – Pediu o professor. O Josias nada fez.

- Josias, - voltou a chamar o professor. – Vira-te para a frente. O Josias obedeceu, mas uns momentos depois já estava novamente virado para trás.

- Josias! – Chamou o professor já zangado.

- Sim, professor.

- Vira-te para a frente. Não te volto a dizer.

- Porque professor? – Perguntou o Josias cruzando os braços.

- Porque estás a distrair o teu colega.

- Porque é que está tão zangado? – Perguntou fazendo beicinho.

- Se tu o tivesses feito quando to pedi da primeira vez, eu não estaria agora zangado.

Em casa, a mana que era uns bons anos mais velha que o Josias, ajudava-o com os trabalhos de casa.

Mas o Josias queria era ir brincar.

- Josias, vá, já falta pouco. Primeiro vamos acabar o que ainda tens para fazer?

- Porquê mana?

- Porque se os acabares agora, ficas com mais tempo para brincar.

- Mas mana, eu já estou farto. – Disse o Josias cruzando os braços.

- Eu também estou cansada, vá, acaba lá isso para irmos brincar.

- Não quero.

- Josias! – Disse a mana começando a ficar zangada. – Pega no lápis e acaba essa conta.

- Porque?

- Eu já te expliquei porquê. – A mana já estava a perder a paciência.

- Mas eu já estou cansado. – Disse começando a fazer beicinho.

- Eu é que já estou a ficar farta desta conversa. – A mana estava mesmo a ficar zangada. Até começou a levantar a voz!

- Porque é que estas zangada? – Perguntou indignado.

- Porque não fazes o que te peço.

- Mas eu quero ir brincar contigo.

- Não vais brincar enquanto não acabares os trabalhos de casa.

- Porque é que estás zangada? Já não és minha amiga?

- Se eu não tivesse que te pedir tantas vezes a mesma coisa, não me zangava contigo e nós seríamos sempre amigos! – Explicou a mana.

Na escola dominical, naquele domingo, a professora ensinou aos meninos, que Deus ficava contente quando os meninos se portavam bem, porque podia ser seus amigos. Pediu aos meninos para abrir a Bíblia em João 15:14 e pediu ao Josias para ler em voz alta.

- Vocês serão meus amigos se fizerem o que vos mando. – Leu o Josias, um pouco atrapalhadamente, pois ainda não lia tão bem como os meninos grandes.

- Muito bem, Josias. – Elogiou a professora. – Sabes quem disse estas palavras? – Perguntou.

- Foi Jesus. – O Josias respondeu muito acertadamente.

- Pois foi. E sabem porquê? – Perguntou também aos outros meninos? Como os meninos abanaram a cabeça, a professora respondeu:

- Porque Jesus gosta tanto de vocês, que quer ser vosso amigo. A mãe não se zanga quando vocês se portam mal e não obedecem? – Todos acenaram afirmativamente com a cabeça. – Quando estão zangados um com o outro, não conseguem ser amigos. Para não zangarem a mãe, têm que se portar bem. Para Jesus ser vosso amigo, vocês tem que ser meninos obedientes.

O Josias percebeu tudo e dali em diante tentou portar-se bem. E viu que era verdade o que a professora ensinara, pois a mãe, o professor e a mana andavam muito mais contentes com ele.

Escrito por: Magna Santos

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Que grande confusão!


O Filipe acordou muito agitado. Com um pulo saltou da cama e correu para a casa de banho. Vestiu-se o mais depressa que conseguiu e revirou o quarto à procura de uma caixa de sapatos. Encontrou uma debaixo da cama, pegou nela e silenciosamente dirigiu-se para o Jardim.

Tinha tido uma ideia extraordinária: Iria conquistar o mundo. Para isso ia precisar de soldados. Havia de os encontrar no jardim. Olhou atentamente para a relva e soltou um grito de satisfação. Tinha encontrado os soldados ideais: formigas. Filipe aprendera na escola que as formigas são animais muito fortes. Conseguem levantar coisas muito mais pesadas que elas e transporta-las para o formigueiro. Apanhou um bom numero delas, eram bem fortes.

“E agora… preciso de mais soldados.” Pensava muito concentrado, o pequeno e maroto Filipe. Olhava para as árvores, para a relva, para as flores em busca de valetes e fortes soldados. Uma borboleta pousou-lhe no nariz e ele muito quietinho para não a assustar observou-a. “Não, tu és demasiado bonita para ires para a guerra.” Disse à borboleta

As aranhas seriam boas para a defesa, pois as suas teias são muito fortes. Elas também podiam fazer armadilhas para os inimigos, por isso sem perder mais tempo, procurou aranhas. Lá encontrou uma ou outra nas flores. Olhou para a caixa de sapatos. Já tinha um bom número de soldados, mas ainda não tinha um exército. E para se ganhar uma batalha, é preciso um exército numeroso.

Para ter um exército completo decidiu procurar por gafanhotos. Os gafanhotos são grandes e metem medo e o Filipe sabia que um inimigo com medo é muito mais facilmente derrotado. Ouviu a mãe a chamá-lo, da janela da cozinha para o pequeno-almoço.

Fechou a caixa e fez uns buracos na tampa, não fossem os soldados ficar sem ar e correu para a cozinha. A mãe fez cara feia quando o viu.

- Estás todo sujo, olha essas mãos cheias de terra. Vá, vai lava-las. – Ordenou.

O Filipe correu para a casa de banho, obediente. Pouco tempo depois apareceu na cozinha de cara e mãos lavadas. Sentou-se à mesa para comer, mas não antes de agradecer a Deus pela comidinha que cheirava muito bem.

Teve que comer depressa pois já estava a ficar tarde e eram horas para ir para a escola. Ainda com uma torrada na mão, pegou na mochila e na lancheira e saiu a correr. Não queria ouvir o professor ralhar, por isso tinha que se apressar. Com a pressa esqueceu-se da caixa de sapatos a um canto na cozinha.

Na escola, sentado na sua secretária ouvia o professor ensinar matemática. O Filipe era muito bom a matemática, e já tinha feito os exercícios todos, por isso pôs-se a pensar.

“Bem… agora não há nada a fazer. Conquistamos o recreio amanha. Hoje os soldados ficam a descansar.”

O Filipe começou a sonhar acordado, como fazia muitas vezes quando estava aborrecido. Sonhou que era o capitão de uma nave espacial e que ia pelo universo fora a conquistar os planetas e a tornar-se rei dos extraterrestres.

Enfim, o tempo passou e a escola acabou.

Cansado e mole de um dia muito comprido e cheio de brincadeiras, o Filipe entrou em casa. Qual não foi o seu espanto ao deparar-se com uma autentica batalha entre o seu pai, a sua mãe e os bichos que tinha apanhado de manhã. A cozinha estava de pernas para o ar.

A mãe gritava e apontava para todo o lado, o pai corria de um lado para o outro com um chinelo na mão tentando seguir as instruções da mãe.

- Que dia e que confusão!!! – Exclamou Filipe, fazendo muita força para não se rir, mas não sendo capaz.

Mais tarde, já mais calma do susto que tinha apanhado com todos aqueles bichos de jardim a mãe riu-se também, mas explicou ao Filipe:

- Não podes trazer bichos daqueles para casa. Não são domésticos, e por muito que tentasses nunca irias conseguir fazê-lo comportarem-se. Deus criou cada ser com um propósito e deu-lhes as características necessárias para fazê-lo. As formigas são fortes porque têm que trabalhar para muitos irmãos. Todas juntas procuram pela comida que as vai permitir sobreviver ao Inverno. A ti, por exemplo, deu-te uma boa cabecinha para estudar, para um dia quando fores crescido trabalhares para ti e para a tua família.

Já na cama, depois de fazer oração, o Filipe pensa:

“Será que eu tenho as características necessárias para conquistar os planetas? Talvez um dia seja astronauta.” E com esse pensamento em mente adormeceu profundamente.


Escrito por: Magna Santos

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Hora de Sonhar


Um bocejo comprido
Com uma grande boca, pronunciado,
Um olhinho sonolento
Com uma mãozinha esfregado,
Dizem melhor que o relógio
Que são horas de ir sonhar
Confortavelmente, numa cama fofinha
Debaixo de lençóis quentinhos,
Um soninho de encantar.

Se com fadas, duendes ou anjinhos,
Eu não sei!
Tudo faz parte da tua imaginação.
E se quiseres uns miminhos,
Lá aparecerei a para te dar um xi-coração.

Se com coelhos verdinhos,
Póneis cor-de-rosa
Ou porquinhos asseados,
Eu não sei!
Tudo faz parte da tua imaginação.
E se ficares aborrecido,
Lá aparecerei entoando uma canção.

Se com David e Golias,
Dalila e Sanção
Ou uma arca navegando pelo mar, cheia de animação,
Eu não sei!
Tudo faz parte da tua imaginação.
E se te sentires sozinho,
Lá aparecerei para te dar a mão.

Dos sonhos maus não tenhas medo,
De sonhos não passarão.
Ganha coragem e enfrenta-os
E verás que vencerás o fanfarrão.
E se muito medo tiveres,
Não te preocupes, não.
Lá eu aparecerei de escudo em punho
Para dos matulões te defender.
Com coragem e destreza,
Os porei para correr.

E assim protegido e sossegado
numa noite tranquila viajar
pelo mundo da imaginação
onde só tu podes reinar!


Escrito por: Magna Santos