domingo, 28 de outubro de 2007

“Quero dormir.” Resmunga o leão. II




Parte II:

Na manhã seguinte, ao pequeno almoço fazia-se uma grande algazarra. Para o leão que não tinha pregado olho, era demasiado barulho, por isso resmungou:
- Não se pode comer em paz?
O rugido zangado, da boca do leão pronunciado, assustou a bicharada, que num segundo ficou silenciosa e calada.


A cada dia que passava, o leão mais zangado e impaciente se mostrava, o que preocupou toda a população. Não sei se vocês gostavam de estar perto de um leão enervado, eu sei que preferia não estar. Da minha opinião eram todos os demais bichinhos que navegavam naquela arca, e por isso numa das muitas vezes em que o leão se afastou para ir à casa de banho, fizeram o mais depressa possível, uma reunião. Era discutido o que fazer para mudar a situação que a muitos amedrontava.
- Temos que em primeiro lugar descobrir o que o está a deixar tão alterado.- Afirmou a zebra.
- Nem parece o mesmo animal com que brinquei as adivinhas! -comentou a coelhinha.
- Se houvesse casas de banho privadas, tenho a certeza que como eu, ele se sentiria muito melhor. - Comentou a girafa, como se todos os problemas tivesse a ver com as casas de banho.
- A verdade é que qualquer coisa o está a importunar. - Apressou-se a leoa a interromper a girafa que na sua opinião só dizia disparates. - Mas ele não me diz o que é. - Contou tristemente.
- Bem... falemos do que sabemos. O leão tem problemas com o sono. - Continuou o sapo.
- Toda a gente sabe que falta de sono deixa qualquer animal mal humorado. - Afirmou o mocho todo emproado.
- Então temos que descobrir porque não dorme o leão... - começou a ratinha.
- E assim se resolverá este problemão.- concluiu o rato.


E assim, um plano foi estruturado. Quando o leão voltou, a reunião já tinha terminado. De nada ele suspeitou, pois todos conversavam novamente como se conversar e tagarelar sobre tudo e sobre nada, fosse tudo o que lhes passava na mente.


A noite chegou, mais uma vez, igual a todos os dias, quando o sol se vai deitar e é a lua que vai trabalhar, tecendo sonhos e muita curiosidade naqueles que a fitam sem maldade. Desta vez, porém, não chegou tão depressa como o desejado, pois os bichinhos ansiosos de fazer o planeado, divertiam-se pouco e pensavam demasiado.
Quando chegou a hora de lavar os dentes, todos se esforçaram por agir com normalidade, no entanto uma certa agitação começava a pairar no ar. Só a girafa, nisso não via grande dificuldade. Até parecia que ao contrario do que dizia, a hora da espera nas filas para a casa de banho, era a sua hora preferida do dia, pois tinha um estranho prazer em resmungar. E nunca ninguém a ouvia mais entusiasmada que quando se queixava das casas de banho.
- No outro dia, - começou ela. - estava tão aflita para ir a casa de banho que entrei desvairada na casa de banho. Só quando lá estava me dei conta de que tinha entrado numa autentica pocilga. Até pensei que deveria de comentar com a menina javali, que realmente, lama faz mito bem à pele, mas que devia ter consideração pelas restantes meninas que as casas de banho irão usar. Havia lama espalhada por toda a parte.


Quando já todos estavam a dormir , todos não... que o mocho e o morcego estavam de guarda a observar se o que impedia o leão de dormir, eram os mosquitos a incomodar.
Em vão ficaram em pé toda a noite, pois não era essa a razão porque não conseguia dormir o leão.
Na noite seguinte, foi a vez da morcega e da mocha ficarem a vigiar, mas as pobres distraíram-se a conversar.
- Mais uma noite desperdiçada! - comentou o crocodilo.
Nas noites seguintes, o mesmo aconteceu, vigiavam o leão, que de um lado para o outro caminhava a noite toda, mas nada de novo descobriram.
Magna Santos

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