sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Que grande confusão!


O Filipe acordou muito agitado. Com um pulo saltou da cama e correu para a casa de banho. Vestiu-se o mais depressa que conseguiu e revirou o quarto à procura de uma caixa de sapatos. Encontrou uma debaixo da cama, pegou nela e silenciosamente dirigiu-se para o Jardim.

Tinha tido uma ideia extraordinária: Iria conquistar o mundo. Para isso ia precisar de soldados. Havia de os encontrar no jardim. Olhou atentamente para a relva e soltou um grito de satisfação. Tinha encontrado os soldados ideais: formigas. Filipe aprendera na escola que as formigas são animais muito fortes. Conseguem levantar coisas muito mais pesadas que elas e transporta-las para o formigueiro. Apanhou um bom numero delas, eram bem fortes.

“E agora… preciso de mais soldados.” Pensava muito concentrado, o pequeno e maroto Filipe. Olhava para as árvores, para a relva, para as flores em busca de valetes e fortes soldados. Uma borboleta pousou-lhe no nariz e ele muito quietinho para não a assustar observou-a. “Não, tu és demasiado bonita para ires para a guerra.” Disse à borboleta

As aranhas seriam boas para a defesa, pois as suas teias são muito fortes. Elas também podiam fazer armadilhas para os inimigos, por isso sem perder mais tempo, procurou aranhas. Lá encontrou uma ou outra nas flores. Olhou para a caixa de sapatos. Já tinha um bom número de soldados, mas ainda não tinha um exército. E para se ganhar uma batalha, é preciso um exército numeroso.

Para ter um exército completo decidiu procurar por gafanhotos. Os gafanhotos são grandes e metem medo e o Filipe sabia que um inimigo com medo é muito mais facilmente derrotado. Ouviu a mãe a chamá-lo, da janela da cozinha para o pequeno-almoço.

Fechou a caixa e fez uns buracos na tampa, não fossem os soldados ficar sem ar e correu para a cozinha. A mãe fez cara feia quando o viu.

- Estás todo sujo, olha essas mãos cheias de terra. Vá, vai lava-las. – Ordenou.

O Filipe correu para a casa de banho, obediente. Pouco tempo depois apareceu na cozinha de cara e mãos lavadas. Sentou-se à mesa para comer, mas não antes de agradecer a Deus pela comidinha que cheirava muito bem.

Teve que comer depressa pois já estava a ficar tarde e eram horas para ir para a escola. Ainda com uma torrada na mão, pegou na mochila e na lancheira e saiu a correr. Não queria ouvir o professor ralhar, por isso tinha que se apressar. Com a pressa esqueceu-se da caixa de sapatos a um canto na cozinha.

Na escola, sentado na sua secretária ouvia o professor ensinar matemática. O Filipe era muito bom a matemática, e já tinha feito os exercícios todos, por isso pôs-se a pensar.

“Bem… agora não há nada a fazer. Conquistamos o recreio amanha. Hoje os soldados ficam a descansar.”

O Filipe começou a sonhar acordado, como fazia muitas vezes quando estava aborrecido. Sonhou que era o capitão de uma nave espacial e que ia pelo universo fora a conquistar os planetas e a tornar-se rei dos extraterrestres.

Enfim, o tempo passou e a escola acabou.

Cansado e mole de um dia muito comprido e cheio de brincadeiras, o Filipe entrou em casa. Qual não foi o seu espanto ao deparar-se com uma autentica batalha entre o seu pai, a sua mãe e os bichos que tinha apanhado de manhã. A cozinha estava de pernas para o ar.

A mãe gritava e apontava para todo o lado, o pai corria de um lado para o outro com um chinelo na mão tentando seguir as instruções da mãe.

- Que dia e que confusão!!! – Exclamou Filipe, fazendo muita força para não se rir, mas não sendo capaz.

Mais tarde, já mais calma do susto que tinha apanhado com todos aqueles bichos de jardim a mãe riu-se também, mas explicou ao Filipe:

- Não podes trazer bichos daqueles para casa. Não são domésticos, e por muito que tentasses nunca irias conseguir fazê-lo comportarem-se. Deus criou cada ser com um propósito e deu-lhes as características necessárias para fazê-lo. As formigas são fortes porque têm que trabalhar para muitos irmãos. Todas juntas procuram pela comida que as vai permitir sobreviver ao Inverno. A ti, por exemplo, deu-te uma boa cabecinha para estudar, para um dia quando fores crescido trabalhares para ti e para a tua família.

Já na cama, depois de fazer oração, o Filipe pensa:

“Será que eu tenho as características necessárias para conquistar os planetas? Talvez um dia seja astronauta.” E com esse pensamento em mente adormeceu profundamente.


Escrito por: Magna Santos

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Hora de Sonhar


Um bocejo comprido
Com uma grande boca, pronunciado,
Um olhinho sonolento
Com uma mãozinha esfregado,
Dizem melhor que o relógio
Que são horas de ir sonhar
Confortavelmente, numa cama fofinha
Debaixo de lençóis quentinhos,
Um soninho de encantar.

Se com fadas, duendes ou anjinhos,
Eu não sei!
Tudo faz parte da tua imaginação.
E se quiseres uns miminhos,
Lá aparecerei a para te dar um xi-coração.

Se com coelhos verdinhos,
Póneis cor-de-rosa
Ou porquinhos asseados,
Eu não sei!
Tudo faz parte da tua imaginação.
E se ficares aborrecido,
Lá aparecerei entoando uma canção.

Se com David e Golias,
Dalila e Sanção
Ou uma arca navegando pelo mar, cheia de animação,
Eu não sei!
Tudo faz parte da tua imaginação.
E se te sentires sozinho,
Lá aparecerei para te dar a mão.

Dos sonhos maus não tenhas medo,
De sonhos não passarão.
Ganha coragem e enfrenta-os
E verás que vencerás o fanfarrão.
E se muito medo tiveres,
Não te preocupes, não.
Lá eu aparecerei de escudo em punho
Para dos matulões te defender.
Com coragem e destreza,
Os porei para correr.

E assim protegido e sossegado
numa noite tranquila viajar
pelo mundo da imaginação
onde só tu podes reinar!


Escrito por: Magna Santos